Em um marco para os direitos das mulheres no serviço público, o Encontro Nacional de Mulheres do PJU e MPU reuniu servidoras e lideranças femininas entre os dias 8 e 10 de novembro em Brasília. O evento, promovido pela Fenajufe, discutiu a violência política de gênero, a igualdade nos espaços sindicais e os desafios enfrentados por mulheres no Judiciário Federal e Ministério Público da União. A programação foi concluída com a aprovação de uma carta-manifesto denunciando as violências e desigualdades que elas enfrentam no trabalho e em redes sociais, onde ataques misóginos e ameaças são frequentes.
Na abertura, o poder transformador da união feminina foi representado pela declamação de poesias de Conceição Evaristo, valorizando a resistência das mulheres. “Estamos unidas e não vamos recuar diante das dificuldades e violências cotidianas”, afirmou Maria José de Oliveira, uma das organizadoras do evento. “Cada mulher presente aqui reafirma o direito a um espaço seguro e igualitário.”
Entre as palestrantes, a deputada Erika Kokay (PT/DF) reforçou a necessidade de união contra o machismo estrutural, enfatizando a urgência de ambientes sindicais e profissionais livres de assédio. Em seu discurso, Kokay destacou: “Não podemos aceitar que nossas companheiras sejam desmotivadas a ocupar espaços por medo de violência e assédio. Essa é uma luta de todos nós”, afirmou a deputada, recebendo aplausos entusiasmados.
Painéis temáticos abordaram as formas de violência e discriminação enfrentadas pelas mulheres no serviço público. Um dos temas centrais foi a paridade de gênero na diretoria executiva da Fenajufe. Lideranças presentes ressaltaram a importância da presença feminina em instâncias de poder para que suas pautas sejam tratadas com seriedade. “A paridade de gênero não é apenas justiça, é uma necessidade para garantir representatividade real dentro do sindicato”, destacou Aline Santos, servidora e ativista pela igualdade.
No encerramento, foi aprovada uma carta contra a violência política de gênero, que será enviada às autoridades competentes e amplamente divulgada. O documento denuncia as violências sofridas por servidoras do Judiciário e do Ministério Público, exigindo políticas de proteção às vítimas e a implementação de medidas de prevenção. “Essa carta é nossa voz coletiva; não aceitamos mais o silêncio e o medo. Precisamos de segurança para trabalhar e liderar. E isso é inegociável”, declarou emocionada Carla Pereira, uma das redatoras do documento.
Para a Fenajufe, o evento representa um passo importante na construção de um ambiente sindical inclusivo e igualitário. Os organizadores destacaram que o encontro deve inspirar ações futuras dentro do sindicato para fortalecer a presença feminina e assegurar que as demandas das mulheres sejam atendidas com seriedade.
As participantes foram unânimes em afirmar que o enfrentamento da violência de gênero deve ser constante e não restrito a eventos isolados. “Esse foi apenas um dos passos de uma longa caminhada. Saímos daqui mais fortes, unidas e com mais clareza sobre o que precisamos fazer para transformar nossos espaços”, concluiu Júlia Miranda, servidora e organizadora do evento.
Assim, o Encontro Nacional de Mulheres do PJU e MPU consolidou-se como um marco de resistência e esperança para as mulheres do Judiciário e Ministério Público da União, que retornam aos seus locais de trabalho com um compromisso renovado de lutar por um ambiente mais seguro, respeitoso e igualitário para todas.
Ascom/SitraAM-RR com informações e fotos da Fenajufe