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Notícia

Visibilidade Trans: 2ª Marsha nacional reivindica respeito e direito à vida

O “Dia Nacional da Visibilidade Trans” é comemorado no dia 29 de janeiro desde 2004. A data chama atenção para conscientização, resistência e orgulho da comunidade trans e travesti, representada pela letra T no movimento LGBTQIA +.

Para celebrar a data, no próximo domingo (26) acontece em Brasília, a 2ª marcha (Marsha) da visibilidade trans. A concentração está marcada para as 13h em frente ao Congresso Nacional de onde os participantes seguirão até o Museu da República.

Organizada pela Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra) e pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat), neste ano a Marsha traz o lema “Vida, direitos e futuro para a população trans”. O tema é inspirado na luta diária por respeito e pelo direito de existir num país que lidera o ranking de assassinatos dessa população há 17 anos consecutivos.

Aqui no Brasil, a cada 30 horas uma pessoa trans é assassinada, de acordo com dados do relatório anual da Organização Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga da América Latina. Em 2024 foram registradas 291 mortes entre assassinatos violentos e suicídios. Os números ainda podem ser maiores devido a subnotificação de casos.

E mesmo que decisão do Supremo Tribunal (STF) tenha criminalizado a LGBTbitransfobia no país em 2019, é vergonhoso, mas inevitável deixar de registrar que esse tipo de crime cresce a cada ano. Os suicídios na população trans fizeram 18 vítimas em 2024. E é contra essa estatística nefasta, sobretudo pelo direito de existir, que a comunidade trans irá tomar as ruas do centro de Brasília em ato político.

Na pauta, estão a defesa de um futuro visível para a população que exige acesso aos cuidados em saúde para crianças e a inclusão de medidas específicas para proteção do segmento nessa fase no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo os organizadores da marcha, o apelo visa uma “transição social segura e comprometida com a proteção integral de crianças e jovens trans”.

Outro ponto importante para se destacar é a também defesa da quebra de estigmas, a superação dos desafios das baixas expectativas sociais e de vida para garantir um envelhecimento saudável, seguro e digno, considerando que a maioria das mortes acontece até os 35 anos de idade e, principalmente entre a população de mulheres trans negras, travestis, pobres, nordestinas e demais grupos vulneráveis da sociedade.

Impossível não mencionar que aqui no Brasil, as violências e discriminações contra essa população foi acentuada no governo Bolsonaro. O ex-chefe do estado brasileiro acumulou inúmeras declarações públicas de misoginia, homofobia e racismo no decorrer de seu mandato de ameaças, medos e preconceitos. O inelegível provocou piores manifestações de ódio que ainda perduram até hoje além de ter sido um governo de fome, morte, pobreza e miséria, onde os maiores afetados foram a comunidade LGBTQIA +.

O Coletivo Nacional da Fenajufe de LGBT+ do PJU e MPU, criado no II Encontro do segmento ocorrido em outubro de 2024, debateu a urgência da criação de políticas públicas de eliminação das discriminações dentro e fora do Judiciário e reforça a luta do segmento.

A ‘Marsha’ recebe essa grafia em homenagem à ativista Marsha P. Johnson, ativista trans negra, artista e profissional do sexo, que foi uma das figuras mais proeminentes do movimento pelos direitos LGBTQIA+ nas décadas de 1960 e 1970, em Nova York.

O evento levará outros pontos de reivindicação às ruas, como:

*Fim do transfeminicídio;
*Cotas nas universidades de todo o País;
*Empregabilidade;
*Ampliação de ambulatórios especializados;
*Direito à saúde transespecífica com cirurgias de afirmação de gênero realizadas pelo Sistema único de Saúde (SUS);
*Justiça, memória e reparação para as pessoas trans que sobreviveram às ações policiais e perseguição durante a ditadura militar no país.

Confira a programação completa:

25/01 – (Sábado)

08h:30- “I EleiTrans”– Encontro de Parlamentares Trans eleitas, na Casa de Jorge (SAAN, Quadra 01, Lote 940).

26/01- (Domingo).

9h – Café da manhã e o lançamento do livro “Com um Braço a Gente Acolhe, com o Outro a Gente Luta”, Escritório do Ativismo – Grupo Estruturação (SCS, Quadra 6, Bloco A, Sala 405, Ed. Presidente).

11h – Lançamento da pesquisa “Cadê o Acué: Mapeando o Financiamento das Instituições Trans pelo Brasil”, no Auditório do Distrito Drag (SCS, QD. 2, Bloco C, Edifício Jamel Cecílio, 7º andar).

13h – Concentração da Marsha da Visibilidade Trans – Congresso Nacional

17h – Apresentações artísticas e culturais – Museu da República

22h- Encerramento.

27/ 01 (Segunda-feira).

10h – Seminário sobre “Transmasculinidades Negras”, na Câmara dos Deputados (Anexo II plenário I).

14h – Seminário “Representação e Representatividade TransPolítica”. Anexo II – plenário I

18h-Lançamento do Dossiê da Antra sobre “Assassinatos e Violências Contra Pessoas Trans 2025”, no auditório do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

28/01- (Terça-feira).

Lançamento da Pesquisa “Índice LGBTQIA+, na Casa da ONU (Setor de Embaixadas Norte).

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